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Os meses de fevereiro, março e abril de 2023 foram marcados pela violência escolar, com casos em todo o país. 

Em fevereiro, um ex-aluno atacou a escola em que estudava com uma bomba caseira, na cidade de Monte Mor (SP). No final de março, um aluno de 13 anos atacou uma escola de São Paulo (SP). Já no início de abril, uma creche em Blumenau (SC) também foi atacada, tendo quatro crianças mortas.

O professor de sociologia do Curso Anglo, Renê Araújo, explica que os atentados nas escolas não são um fenômeno comum na realidade brasileira. Araújo aponta que: “A ascensão de discursos extremistas, o maior acesso a armas e a normalização da violência como modo de resolução de conflitos passaram a produzir novas modalidades de ataques ao tecido social”.

Outra pesquisa, realizada pela Organização Nova Escola, também ilustra como a violência tem sido frequente nas escolas. Após a associação entrar em contato com 5.300 professores, concluiu-se que 80% desses profissionais já foram vítimas de algum tipo de agressão.

“Trata-se de um problema profundo, complexo, de causas variadas e dependente do contexto no qual as instituições estão inseridas”, afirma a professora de redação do Oficina do Estudante de Campinas (SP), Danieli Ferreira.

Com o aumento nos casos de violência escolar, é importante que os estudantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e demais vestibulares fiquem por dentro da situação. Isso porque o assunto pode ser cobrado nas provas, como parte de atualidades ou de redação.

O que é a violência nas escolas?

A violência nas escolas é um fenômeno complexo que pode se manifestar de diversas formas, como bullying, agressões físicas e verbais, intimidações, discriminações, vandalismo, entre outros meios. 

Esses tipos de violência podem acontecer entre alunos, entre alunos e professores, entre funcionários e alunos, ou entre pessoas de fora da escola e alunos.

Em outras palavras, violência nas escolas se refere a qualquer tipo de comportamento agressivo, físico ou verbal, que ocorre dentro do ambiente escolar e que pode afetar negativamente a segurança, o bem-estar e o desenvolvimento educacional dos alunos, professores e funcionários.

Quais são as causas da violência no ambiente escolar?

Para falar sobre as causas da violência nas escolas é preciso entender o contexto da sociedade atual. O CEO da ICTS, empresa que atua no ramo de segurança, Fernando Fleider, comenta que esses casos não acontecem por acaso, mas sim por conta do aumento do discurso de ódio na sociedade.

Fleider ainda comenta como o fator “viralização” pode influenciar no problema, uma vez que “um caso pode levar a outro”. Isto é, para ele, a velocidade da propagação de posts nas redes sociais pode contribuir com o fenômeno.

O CEO da ICTS também atribui a violência escolar a polarização da sociedade. “A polarização que surgiu nas bases políticas está sendo importada para a vida cotidiana, chegando na camada mais ingênua da população, que são as crianças”, comenta o profissional.

Qual a solução para violência nas escolas?

A sequência de casos de violência escolar nos primeiros meses de 2023 gerou medo e preocupação em diversos setores da sociedade, desde alunos e pais até diretores de escola e autoridades governamentais. 

Assim, é necessário entender que não há uma solução simples para o problema, mas que existem modos melhores de lidar com a questão. Isso porque a violência nas escolas é uma temática complexa e multifacetada, que requer uma abordagem holística e colaborativa para prevenir e lidar com eficácia.

Segundo Fernando Fleider, é preciso falar sobre essa ‘nova situação de risco’.  “Esta comunicação ajuda muito na administração de medos, que são, muitas vezes, fantasiosos. Ou seja, por não entender a ameaça, podemos pensar que ela pode acontecer a qualquer momento e com qualquer um, o que não é correto”, afirma o CEO.

Além disso, Fleider indica algumas soluções para a violência escolar:

A Agência Brasil também abordou o tema e trouxe uma lista de recomendações:

Por fim, vale destacar que existe um canal de denúncias sobre ameaças de ataques. O canal Escola Segura foi criado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, em parceria com SaferNet Brasil. Trata-se de um meio de receber denúncias e analisá-las.


Leia a íntegra da reportagem no site da Quero Bolsa.

Em apenas uma semana, foram noticiados casos de discriminação nas escolas em três estados do Brasil

por Fernando Fleider*

Em apenas uma semana, foram noticiados o envolvimento de alunos de colégios de três estados do Brasil com graves casos de racismo e discriminação. Alavancados pelo momento político do País, pelo poder das mídias sociais e pela divulgação na grande imprensa, os incidentes e suas consequências se tornaram o trend topic do momento.

As escolas têm sido cobradas em relação aos desfechos destes casos para garantir que não haja reincidência, mas pouco tem se falado sobre a prevenção e as ferramentas que podem ser utilizadas para lidar com o assunto.

Alguns colégios têm saído na dianteira do assunto, promovendo um ambiente que tente eliminar esses desvios comportamentais ou, ao menos, reconhecê-los de forma precoce. Numa pesquisa realizada pela Aliant, plataforma de soluções digitais para governança, riscos e compliance, o setor de educação que já utiliza o serviço de canal de denúncia saltou de 550 registros em 2020 para 3.764 denúncias em 2021, um aumento de 584% em um ano.

Considerando que, em 2020, as escolas permaneciam com o sistema remoto de aulas, e, em 2021, a maioria retornou ao modelo presencial, em especial no segundo semestre, vemos que nesse período o volume de denúncias chegou a 2.214 registros.

Os números comprovam a necessidade dessas instituições em adotarem tanto os serviços especializados de consultoria, como as ferramentas digitais para o combate de comportamentos que não são mais admitidos na sociedade e têm gerado resultados comprovados em organizações que utilizam esses recursos para reduzir incidentes.

Já há instituições saindo à frente na adoção desses serviços, como tradicionais escolas no eixo Rio-São Paulo, que recebem em seus canais de denúncia relatos ou suspeitas de discriminação, bullying e até mesmo para a chamada “doutrinação”, termo utilizado para casos em que há o entendimento de que o professor extrapola a sua responsabilidade educacional para a persuasão sobre determinada linha, seja política, religiosa ou de modos.

Indo além dos canais de denúncia, também vemos a adesão a serviços de monitoramento de mídias sociais em relação a esses comportamentos e que envolvam o nome da escola, de seus alunos e do corpo docente, assim como a promoção de constantemente treinamentos temáticos também se tornou realidade nessas instituições.

É preciso chamar a atenção para esse cenário e ressaltar que a educação continua sendo o melhor caminho para o fim das discriminações em qualquer lugar, por isso a escola tem papel crucial nesta questão. Mas, enquanto não se pode garantir que 100% dos alunos internalizaram os conceitos de diversidade, cabe às instituições monitorarem de forma contínua para que sejam evitadas as exceções que acabam trazendo prejuízos reputacionais à instituição e à sua coletividade.

Outro aspecto imprescindível para que, de um lado não sejam cometidas injustiças e, por outro, sejam recolhidas as evidências necessárias para uma ação neste sentido, é a investigação independente dos fatos, que passa pela coleta forense das mídias sociais, dos chats e pela entrevista profissional dos envolvidos.

Quando o grande responsável pela formação de uma sociedade mais justa acaba sendo o cenário de fatos lastimáveis como o ocorrido, a sociedade não deve economizar recursos para a normalização pretendida.

*Fernando Fleider é CEO da ICTS, empresa especializada em soluções para gestão de riscos, compliance, ESG, cibersegurança e privacidade de dados.

Fonte: Discriminação nas escolas: a responsabilidade das instituições com a educação e os riscos reputacionais – Rota Jurídica

Durante a LEC Talks 2022, o Diretor de Compliance e Sustentabilidade da Protiviti, Jefferson Kiyohara, foi um dos palestrantes do 9º Congresso Internacional de Compliance. Acesse o Material apresentado no painel do tema no dia 21 de setembro. Além disso, aproveite para ler outros conteúdos sobre compliance no nosso site.

Apresentação – LEC Talks 2022

LEC-TALKS-Em-busca-do-capitalismo-de-stakeholder-proposito-cultura-integridade-e-lideranca-consciente-Jefferson-Kiyohara-Protiviti-BrasilBaixar

No Compliance, já é sabido que é fundamental seguir as regras, as leis e regulamentações, mas não dá para se limitar a isto. Ou seja, para atuar efetivamente com integridade, é preciso ter um olhar mais amplo, e saber como conectar com propósito, cultura e stakeholder e desenvolver as capacidades de uma liderança consciente. Busca inspiração e conhecimentos novos? Que tal ampliar o seu entendimento de integridade e liderança, por exemplo? Confira o material apresentado no LEC TALKs 2022 com Jefferson Kiyohara.

Sobre o autor

Jefferson Kiyohara – Diretor de Compliance & Sustentabilidade | ESG Protiviti Brasil: É coordenador técnico de Compliance Sustentável e professor de Ética & Compliance na FIA Business School. Além disso, se formou em Administração pela FEA USP, tem extensão em Gestão de Projetos e MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela FGV-SP. Com mais de 20 anos de experiência, trabalhou em projetos de consultoria em diversas empresas no Brasil e no exterior.

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Assédios para Além do Compliance – Confira a apresentação de Daniela Aggio na LEC Talks

Durante a 9ª edição do Congresso Internacional de Compliance, a Diretora de Forensics e Investigação Empresarial da Protiviti, Daniela Aggio, participou do painel “Assédios para além do compliance”. O bate papo reuniu profissionais do setor para discutir os desafios e obstáculos do tema no Brasil. Dando suporte à discussão, a diretora apresentou dados e estatísticas sobre o assédio no Brasil. Acesse o material completo apresentado no dia 21/09/2022

Painel-Assedio-Para-Alem-do-Compliance-Daniela-Aggio-Protiviti-BrasilBaixar

Os casos de assédio vem aumentando com a retomada do trabalho presencial e com o excesso de pressão por metas, em uma sequência de anos de pouco desenvolvimento econômico. Por isso, torna-se cada vez mais necessário abordarmos o assédio sob a ótica das medidas preventivas, em uma visão macro. O painel “Assédios para Além do Compliance” abordou assuntos polêmicos que estão nos holofotes. Além disso, os painelistas discutiram as possíveis causas e melhores medidas de remediação.

assédios para além do compliance

O painel “Assédios para além do compliance” contou com a participação de Daniela Aggio (Diretora de Forensics e Investigação Empresarial Protiviti), Gabriela Roitburd (Regional Compliance Counsel, Americas Nokia) e Cleber Izzo (Diretor de Relações de Trabalho/ME Governo Federal). A discussão aconteceu na edição 2022 do congresso da LEC, ou seja, o 9º Congresso Internacional de Compliance.

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