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A importância do hardening de dispositivos no ambiente corporativo
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    A importância do hardening de dispositivos no ambiente corporativo

    Publicado em: 7 de julho de 2025

    No cenário atual da segurança cibernética, onde ameaças evoluem em ritmo acelerado e os dispositivos conectados se multiplicam, proteger a infraestrutura de TI é um desafio constante. Entre as práticas mais eficazes para mitigar riscos está o hardening de dispositivos, um processo de configuração segura de sistemas, aplicações e dispositivos com o objetivo de reduzir a superfície de ataque e limitar as oportunidades de exploração por agentes maliciosos.

    Além de ser uma recomendação comum em frameworks como CIS Benchmarks, NIST e ISO/IEC 27001, o hardening se mostra uma iniciativa estratégica para a continuidade dos negócios, prevenção de incidentes e conformidade regulatória.

    O que é hardening?

    Hardening é o conjunto de medidas voltadas para:

    A aplicação dessas medidas deve ser contínua, documentada e adaptada ao tipo de dispositivo e ao contexto de uso.

    Por que o hardening é crucial?

    1. Redução da superfície de ataque: sistemas com configurações padrão são vulneráveis por design. Com o hardening, pontos de entrada desnecessários são eliminados.
    2. Prevenção de incidentes: a configuração segura previne infecções por malware, ransomwares, acessos indevidos e vazamentos de dados.
    3. Conformidade Regulatória: normas como a LGPD, ISO 27001 e PCI-DSS exigem que controles técnicos sejam aplicados para reduzir riscos. O hardening ajuda a garantir essa conformidade.
    4. Proteção de Dados Sensíveis: ao controlar acessos e criptografar informações, evita-se a exposição de dados corporativos e de clientes.
    5. Eficiência Operacional: menos serviços em execução resultam em sistemas mais leves, estáveis e com menor superfície de falhas.

    Aplicação prática: hardening de dispositivos Apple

    Em junho de 2025, conduzi um processo de hardening nos dispositivos Apple corporativos, com foco em iPhones e iMacs, utilizados por colaboradores em áreas sensíveis. Essa ação tinha alguns objetivos, como o Compliance com políticas internas e requisitos externos, a mitigação de riscos, especialmente de malware, perda de dados e acessos indevidos e a proteção da integridade, confidencialidade e disponibilidade das informações processadas nos dispositivos.

    Dispositivos inspecionados:
    – iPhones corporativos;
    – iMacs utilizados em contextos críticos.

    Ações realizadas:

    Nos iPhones:
    – Reforço da política de senhas com Face ID e autenticação multifator (MFA);
    – Revisão das permissões de aplicativos;
    – Desativação do preenchimento automático de senhas;
    – Recomendação de uso do backup iCloud com criptografia ativada.

    Nos iMacs:
    – Ativação e revisão do Firewall interno do macOS;
    – Ajuste de permissões de aplicativos;
    – Desativação do preenchimento automático de senhas;
    – Configuração de backup automático e criptografado.

    Estratégias e riscos mitigados

    As medidas foram estruturadas com base nas seguintes estratégias:

    Entre os riscos mitigados, podemos destacar acessos não-autorizados; vazamentos ou perda de dados; infecções por malware; e ataques de phishing.

    Desafios e boas práticas

    Apesar de eficaz, o hardening enfrenta obstáculos como a falta de padronização em ambientes híbridos, a resistência de usuários a mudanças em usabilidade e a dificuldade em manter controles atualizados.

    Para superá-los, algumas boas práticas são recomendadas:

    O hardening de dispositivos é uma das práticas mais eficientes para reforçar a segurança cibernética de uma organização. Ele reduz vulnerabilidades, melhora a resiliência operacional, auxilia no compliance e protege os dados contra uma variedade de ameaças.

    A experiência prática de aplicar essas medidas nos dispositivos Apple corporativos demonstrou como uma ação pontual e bem planejada pode trazer resultados expressivos. Mais do que uma obrigação técnica, o hardening é um investimento em confiança, continuidade e maturidade em segurança da informação.

    Referências

    CENTER FOR INTERNET SECURITY. CIS Benchmarks. Disponível em: https://www.cisecurity.org/cis-benchmarks.

    INTERNATIONAL ORGANIZATION FOR STANDARDIZATION. ISO/IEC 27001:2022 – Information security, cybersecurity and privacy protection — Information security management systems. Genebra: ISO, 2022. Disponível em: https://www.iso.org/isoiec-27001-information-security.html.

    NATIONAL INSTITUTE OF STANDARDS AND TECHNOLOGY. Framework for Improving Critical Infrastructure Cybersecurity – Version 1.1. Gaithersburg, MD: NIST, 2018. Disponível em: https://www.nist.gov/cyberframework.

    OWASP FOUNDATION. OWASP Mobile Security Testing Guide (MSTG). Disponível em: https://owasp.org/www-project-mobile-security-testing-guide.

    APPLE INC. Apple Platform Security. Cupertino: Apple, 2024. Disponível em: https://support.apple.com/guide/security.

    BRASIL. Lei n.º 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). Diário Oficial da União: seção 1, Brasília, DF, ano 157, n. 158, p. 1-7, 15 ago. 2018. Disponível em: https://www.gov.br/anpd/.

    SANS INSTITUTE. Critical Security Controls v8. Bethesda, MD: SANS, 2021. Disponível em: https://www.sans.org/critical-security-controls/.


    Por Gabriel Rodrigues de Sousa, Consultor de SOC na Protiviti Brasil.

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